Autismo sem mitos ou uso pejorativo - para espalhar através de blogs e websites


Ilustração  de Santiago Ogazón
Se segue usando o termino “autismo” associado a conotações negativas porque se parte de informações falsas como:


_ as pessoas com autismo no podem interatuar ou comunicar-se

_as pessoas com autismo vivem em seu mundo

_as pessoas com autismo são incapazes de sentir, etc.

E isso dá motivo para que cada vez mais jornalistas, políticos ou lideres se juntem ao uso abusivo do termino “autista” para desqualificar. Ou seja, lemos nos meios de comunicação ou escutamos na boca de políticos “governo autista”ou “ fulaninho é autista” quando querem expressar que esse governo ou essa pessoa não cumprem com seu trabalho, não escuta, não se da conta da realidade, não mostra empatia com os problemas , quando é incapaz de oferecer soluções ou carece de sentimentos.

Por que faz falta recorrer a isso? Por que ferir a dignidade de um coletivo de pessoas para atacar e desqualificar a outra pessoa ou coletivo?

Entendemos que no existe má intenção, sim desconhecimento ou mal uso do dicionário.

Conviver com o autismo implica um importante trabalho de conscientização na sociedade; convenceremos sempre desde o respeito. O desconhecido , ademais de assustar , encoraja a difusão de informações falsas.Temos que da a conhecer a visão positiva do autismo ao mesmo tempo fomentar um tratamento digno para todos os afetados. Um grande trabalho pela frente.
Ilustração   de Fátima Collado

Autismo não é sinônimo de pessoas indiferentes que vivem isoladas no seu mundo. As pessoas com autismo sentem, interatuam, se comunicam (com diferente linguagem), compartem , são lutadoras por natureza que se esforçam a diário e para eles é muito difícil entender  ironia, as brincadeiras de palavras ou a mentira ( mas até isso são capazes de aprender com a estimulação adequada). Se fosse conhecida a realidade do autismo, a ninguém se ocorreria associar a outra coisa que não fosse “superação”, “esforço”, “carinho” ou “sensibilidade”.

A prevalência do autismo hoje em dia é suficiente significativa como para promover ações de informação e sensibilização, com informações que se apóiam em evidencias cientificas e ajustadas à realidade. Segundo o Instituto de Salud Carlos III, um de cada 150 crianças apresenta algum transtorno dentro do espectro. Existe mais de 200.000 afetados em Espanha e 67 milhões no mundo. Hoje em dia , os avances se produzem sempre , e muitas vezes a passo de gigante. Com uma estimulação adequada, quanto mais intensa melhor, evolucionam em direção à metas impensáveis , para alguns anos atrás . Por isso devemos lutar todos juntos para favorecer a inclusão.

O que é autismo?


Ilustração   de Fátima Collado

O autismo é uma síndrome com um espectro muito amplio, não uma enfermidade. Afeta de forma diferente, assim que não existe duas pessoas com autismo iguais e por isso não se pode nunca generalizar. As áreas em que se manifestam são:

  • Dificuldades (não incapacidade) na linguagem e comunicação. Encontraremos pessoas que não falam porém se comunicam com gestos ou pictogramas, e pessoas capazes de dominar vários idiomas.

  • Dificuldades ( não incapacidade) nas relações sociais. Encontraremos pessoas que escapam do contato visual ou são atordoados em ambientes barulhentos, e pessoa que oferecem conferencias.

  • Interesses restringidos e repetitivos, que com uma boa estimulação podem ampliar-se sempre.

  • A igual que todos os seres humanos , a possível realização das pessoas com espectro autista é limitada. As pessoas com Transtornos do Espectro Autista (TEA) compartem muitas características , necessidades e desejos com as pessoas de sua idade sem autismo. Existem muitas coisas que diferenciam às pessoas com TEA, porém também existem muitas coisas em comum. Como todos nós possuem seus pontos fortes e seus pontos fracos. Todos somos diferentes, porem todos temos os mesmo direitos.


Os mitos que devemos evitar.

Ilustração   de Fátima Collado

  • Carência de sentimentos. As pessoas com autismo sentem: choram , sorriem , se alegram,se entristecem, se zangam, sentem ciúmes... Em ocasiões podem ter dificuldades para canalizar as emoções, porem sabem demonstrar que as sentem.

  • Isolamento no seu próprio mundo. Os esforços por comunicar-se são tremendos. Nem vivem em outra galáxia nem olhando para a parede. Formam parte do mundo em uma sociedade donde existe espaço para a diversidade.

  • A falta de carinho dos pais provocam o autismo. Já faz muito tempo que se erradicou a teoria das “mães- geladeiras”, que tanto dano provocou. Já nasce com autismo. Ou seja, existe uma origem genética.

  • As pessoas com autismo tem uma discapacidade intelectual o, por outro lado, são capazes de habilidades prodigiosas. Na verdade, o retraso mental é uma comorbidade, não uma condição própria do autismo. Existem pessoas com autismo que ademais possuem discapacidade intelectual e existem também pessoas que não possuem; existem aquelas com capacidades assombrosas, e as que não tem. Porem necessitamos todos os tipos de mentes, sem discriminar a ninguém .

  • A inevitável segregação . Devemos desterrar a falsa crença de que as pessoas com autismo só podem viver ou desenvolver-se em centros segregados, sem relação com o resto das pessoas não com a intenção de marginar , sim de proteger. Isso em nenhum caso deve ser assim. Ao contrario , a inclusão social que é uma das claves para conseguir uma melhora na qualidade de vida das pessoa com TEA e um fator essencial para incrementar suas capacidades de adaptação , seu desenvolvimento pessoal e sua qualidade de vida. Com apoios adequados ,as pessoas com TEA podem aproveitar as oportunidades de participação em ambientes comuns, coisa que favorece que possam desfrutar de uma vida social integrada e normalizada, e contribui a seu desenvolvimento pessoal.

  • A infância permanente. Com demasiada freqüência , o meios de comunicação falam de “crianças autistas”, porem quase nunca de “adultos autistas”. É necessário que a sociedade conheça e entenda tanto a crianças como aos adultos afetados pelo autismo.

  • São autistas. Melhor usar a formula “pessoa com autismo” no lugar de utilizar simplesmente a palavra “autista”. Assim se coloca em evidencia a condição da pessoa, com suas características e diferenças , independentes do autismo. Ademais , definir uma pessoa por uma discapacidade é uma forma de discriminação.

  • Definição dos dicionários . O uso do autismo associado a conotações negativas se escuda em ocasiões na definição que aparece nos dicionários, sobre todo o DRAE. Faz mais de um ano que iniciamos uma campana com respostas positivas no sentido de que vão mudar a definição , mesmo que leve um tempo. tiempo (ver: http://autismosinmitos.blogspot.com/p/campana-diccionarios.html)




Etiquetas e mitos






Ilustração   de Fátima Collado




Ilustração   de Fátima Collado




Ilustração   de Fátima Collado

RECORDA. “ As pessoas com autismo sim nos comunicamos, nos esforçamos a diario, sentimos e não somos indiferentes nem vivemos em nosso mundo. Com ou sem linguagem, temos muito que dizer. Escute-nos e conhece-nos em lugar de difundir mitos ou utilizar “autismo” para desqualificar a outras pessoas.

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