Comunicar é mais que falar.


É sempre bom lembrar que existem muitas formas de se comunicar e que nossas crianças não estão em um mundo aparte e diferente do nosso.
Considere por um momento quão facilmente as crianças típicas captam a nossa atenção com o contato visual e apontando. Com um leve giro da cabeça ou com o dedinho levantado, elas transmitem , elas conectam sem palavras ou linguagem. Eles nos dizem como se sentem e que chamam a sua atenção . A maioria das crianças com autismo, porém possuem dificuldade de indicar seus interesses. Seu sub ou super estimulado sistema sensorial pode interferir no processamento visual, suas dificuldades de raciocínio social pode dificultar suas habilidades de saber que fazer referente a... e seu sistema motriz tem dificuldades para coordenar e executar movimentos ao mesmo tempo, esto produz a sensação de que os movimentos e os gestos não são espontâneos.


Ponto de partida: Nós não podemos depender do que as crianças com Autismo ou Síndrome de Asperger fazem ou não fazem, a partir de qualquer movimento ou fala  como um indicador preciso de seus interesses, pensamentos e sentimentos interiores, ou um indicador de seu desejo de comunicar.

Na ausência de uma olhada , nós devemos buscar outras pistas, que sejam sinal de interesse comunicativo. Pode ser olhar em outra direção ou objeto, a expressão corporal , a expressão facial. Pode ser tao simples e silencioso como girar a cabeça, cada vez que algo de interesse seja mencionado. Quando nos tornamos observadores e ouvintes cuidadosos podemos ver as tentativas de nossos filhos de comunicar se e ser capaz de reconhecer as pistas que nos indicam e responder a elas.

As palavras são só uma pequena parte da comunicação inter pessoal. No entanto, como sociedade valorizamos a fala sobre todas as outras formas de comunicação. “ Por favor ensine meu filho a falar”. Este enfoque global no uso das nossas palavras prevalece cada dia , porém a forma de conectar de nossas crianças é tão leve que muitas vezes nos escapam suas tentativas. Infelizmente quando aquelas tentativas não são reconhecidas, a motivação delas para comunicar se com agente desaparece.

Nosso trabalho com adultos com uma comunicação eficiente na vida de nossos filhos é de romper este complexo panorama em partes pequenas, partes mais manejáveis, e dar-lhes um significado, sistema de comunicação confiável e funcional desde o ponto de partida donde a criança pode começar a pegar. Faz alguns anos atrás se acreditava que 40% das crianças com autismo nunca desemvoveríam a fala. Já sabemos que essas crianças são muito mais habilidosas fazendo comunicação do que se pensava anos atrás, depende das ferramentas que damos para isso. Pode que seja através da linguagem oral, uso de fotos e pictogramas, ou outros dispositivos de comunicação ( tudo é comunicação). Todas as crianças tem algo que nos contar. É nossa responsabilidade  ouvir de uma forma que permita que sejam ouvidos.

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