Evitar mal entendidos.


"Para evitar mal entendido faz falta saber se a outra pessoa entendeu a mensagem que eu quis dar"

Fazendo um repasso por nossa história agora quero convidar vocês   a escutar como foram nossos começos na questão linguagem.
Ele com 5 anos era uma criança que praticamente no formava palavras, se distinguia muito mal o que ele queria dizer verbalmente. Como a maioria pensei que fosse surdo, que não escutasse , esse é um dos sintomas mais claros que existem nas crianças com transtorno do desenvolvimento. Passamos todo o processo de visitas ao otorrino para descartar que existisse perda auditiva, para nossa felicidade Emílio escuta perfeitamente. Então ,se ele escuta por que não fala?
Sim meu filho é inteligente, se adapta a todas as  instruções por imitação, todos se levantam ele também, observava o comportamento dele na piscina, sempre era o ultimo da fila para fazer todos os exercícios, observava os demais e seguia , claro que se o companheiro fazia mal feito ele também.  Sempre tinha os mesmos falhos no colégio que o companheiro do lado porque copiava. Não entendia as instruções dadas pela professora, então se defendia como podia ,copiando.
Naquele tempo compartia confidências com uma comunidade de disléxicos, para mim a palavra autismo era inconcebível  e desconhecida. Ouvi sobre consciência fonêmica, ou seja identificar os sons. Aí foi nosso ponto de partida, repetir um a um os sons das letras para formar palavras, isso foi junto com o processo de alfabetização Para que isso fosse possível usamos o método da boquinhas . Nunca será suficiente os agradecimentos a Edna, Carla que me deram a conhecer o método e a Renata que criou o método.
Naquele tempo aprendi que para evitar mal entendidos tinha que falar de frente e encontrar a forma de saber se Emílio tinha entendido. Aprendi a  agacharme e colocar a minha cara na altura da cara dele para dizer o que queria, aprendi que muitas vezes ele dizia " sim"quando era não ,porque não entendia então tinha que explicar de outra forma . Hoje sei que isso poderia ter sido possível usando recursos como os pictogramas ,tablets  mas isso chegou depois.
 O caso é que a professora dele me dizia que não fazia as coisas por falta de interesse , e eu defendi que era porque não entendia e que se ela reduzisse a quantidade de ordens a dar uma ordem simples e clara que ele poderia entender. Isso foi um grande passo porque depois daquilo Emílio começou a despegar e ela mesmo reconhecia dizendo:"É impossível o muito que melhorou!!". Simples mente não entendia. A consciência dos sons e posicionar  a língua dentro da boca se chama praxias, isso eu também aprendi depois.  Boquinhas me permitiu realizar em casa um trabalho que leva muito tempo em consulta. Estar com esse apoio cada dia tornou possível  uma linguagem verbal não robótica.

Comentários

  1. Para mim boquinhas era como se fosse linguagem de surdos e mudos, rss. Meu pensamento era que se os chimpanzés podem aprender linguagem de surdos e mudos meu Emilio também encontraria a forma. Que dias foram aqueles!!

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